Guarapuava perde mais um deputado e ganha um prefeito "meia-boca"

Desde que se elegeu prefeito, em outubro, Cesar Silvestri Filho tirou o pé do acelerador da vida política como deputado estadual. Compareceu a algumas sessões, em seguida pediu licença para viajar aos Estados Unidos de "férias" e, no retorno, ainda não conseguiu se posicionar como novo prefeito, muito menos como deputado estadual.
Nesse período, foi dado conhecimento ao público que Cesar Filho se reuniu oficialmente apenas duas vezes com a "equipe de transição". A primeira foi lá atrás, quando o prefeito Fernando R. Carli chamou os futuros mandatários para tomarem pé da situação na Prefeitura (após essa conversa, o novo prefeito embarcou para os Estados Unidos). O segundo encontro foi uma semana depois de voltar das férias internacionais, em conversa num dia de sábado.
Contrariamente à grande parte dos prefeitos, eleitos ou reeleitos, que acompanham em cima o processo de transição, Cesar Filho adotou se reunir com a equipe de transição para "receber relatórios".
É um estilo mais fechado, burocrático, equidistante a outros administradores com mais arrojo e determinismo.
Veja o exemplo do prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet, que já promoveu inúmeros encontros, o último com prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba para debater temas comuns entre os municípios que formam o entorno da Capital.
Fruet já teve audiência com a presidente Dilma, falando sobre a construção do metrô, e agendou audiência com o governador Beto Richa, para reivindicar subsídios para redução da tarifa do transporte coletivo na maior cidade paranaense.Vai assumir Curitiba dia 1º de janeiro com um plano de metas detalhado para os primeiros meses.
Não precisamos ir mais longe. Prefeitos aqui da região, de municípios menores que Guarapuava, estão adiantados em conversas com órgãos de governo e no planejamento de ação para o novo ano.
Cesar Filho não anunciou nem um nome do Secretariado Municipal, faz um mistério como se isso fosse um "tesouro" que pertence a ele unicamente. Nem o conclave que escolhe o Papa é tão restritivo  e insolente.
O futuro prefeito debate-se com uma crise interna entre os vereadores para indicação do candidato a presidente da Câmara, tentando impor o nome do vereador Edony Kluber (que tem rejeição por ter sido condenado pela Justiça por improbidade administrativa).
Filho não veio a público para dialogar com a população sobre problemas que podem causar uma delicada crise no iniciar de seu governo, como a renovação de contratos para o transporte escolar e a redução de médicos nos postos de saúde.
Entidades que procuram Filho para dar sugestões, não são recebidas. Pessoas físicas, muito menos.
Para quebrar o distanciamento criado com a população, o novo prefeito deverá percorrer bairros pobres da cidade, nos próximos dias, distribuindo presentes de Natal.
Quando assumir, no dia 1º, Filho levará debaixo do braço o guia administrativo que será deixado pelo antecessor,  Fernando R. Carli, com orientações colhidas pela "equipe de transição" para poder se orientar nos primeiros meses de governo.
Como disse a vice-prefeito eleita Eva Scharan, "as coisas vão se ajeitando no caminho".